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Coluna da Isabel Reis: rostos e histórias por trás das estatísticas!

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  • Publicado: 10/04/2020
  • Atualizado: 10/04/2020 às 13:55
  • Por: Isabel Reis

Com 23 anos, Matheus Aciole foi a primeira vítima jovem do Coronavírus, em Natal, RN. De acordo com as autoridades de saúde, sofria de obesidade e apresentava pré-diabetes. Ele era formado em gastronomia e seguia os passos do pai, dono de uma fábrica de bolos. A especialidade de Matheus eram os bolos artísticos.

Coronavírus
Arte: Thomas Bento/Racing

Com 23 anos, Rubens Barrichello já estava na Fórmula 1, correndo na Jordan. No ano seguinte, aos 24 anos, conquistou seu melhor resultado para a época, com o segundo lugar no GP do Canadá, no circuito Gilles Villeneuve. Rubinho mantém até hoje a estatística do primeiro lugar no ranking de maior quantidade de provas disputadas na F1. Foi um total de 326 GPs, de 1993 a 2011. Nosso piloto teve 11 vitórias, 68 pódios e 14 pole positions.

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As estatísticas relacionadas ao Rubinho continuam até hoje. Como piloto da Stock Car, venceu a Corrida do Milhão em 3 e 5 de agosto de 2014 e 2018 respectivamente. Já as estatísticas sobre Matheus Aciole se encerraram no dia 31 de março de 2020. Ele não entrará para nenhum ranking de bolos artísticos. Será apenas lembrado como o caso de um jovem que morreu de Coronavírus.

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Os homens do automobilismo vivem em função das estatísticas. O número de voltas, as provas vencidas, o número de vitórias, as voltas mais rápidas. As pessoas vitimadas por esse maldito vírus também estão nas estatísticas. Olhamos esses números, sem saber quem são os rostos por trás deles. Histórias interrompidas de forma silenciosa, porque não dá para contar como era a vida de tanta gente. Se fosse publicada uma história diariamente, neste momento, seriam necessários 87 mil dias.

Quando Ayrton Senna morreu tragicamente, em 1994, no circuito de Ímola, na Itália, ele acumulava estatísticas maravilhosas. Com a tragédia, continuou participando das estatísticas, com recordes que só seriam superados anos depois. Tudo foi analisado pela imprensa: o estado de ânimo do piloto antes da prova, como era a relação com a namorada Adriane Galisteu, o que o levou a tomar as atitudes que tomou e por aí vai. Porque ele era único! A mídia continuou pesquisando e divulgando durantes dias, semanas, meses e anos!

Me diga: como falar sobre os rostos e as histórias desses milhares de Matheus?

O automobilismo, como todos os setores, vem sofrendo com os cancelamentos de corridas, com as mudanças de calendários, com as renegociações com patrocinadores, com o adiamento de campeonatos. Não tenha dúvida de que as estatísticas para este ano serão reduzidas. Mas elas não representam nada frente aos números diários de vítimas, de infectados e de sobreviventes.

Este é o momento de acelerar, sim. Só que em direção à segurança do nosso lar. Vamos nos cuidar e dar a maior quantidade de voltas possíveis na estrada da nossa vida! Desejo a todos paciência, força e fé!

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