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A força dos regionais

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  • Publicado: 28/12/2015
  • Atualizado: 28/12/2015 às 22:12
  • Por: Racing

<p><span style="line-height: 1.6em;">Mais de 800 pilotos em atividade contínua ou esporádica, garantia de cerca de 6.500 empregos diretos e indiretos, entretenimento para torcidas de todos os gostos e a realização de corridas praticamente todos os fins de semana em um ou mais cantos do país. São essas algumas das constatações básicas que emergem de uma breve análise das inúmeras versões de campeonatos regionais existentes Brasil afora. Vá lá que a consolidação não é homogênea. Ainda assim, é possível asseverar que o automobilismo regional experimenta um momento positivo e de ascensão – sobretudo se confrontado com as incertezas da economia.</span></p>

<p>O cenário destaca o automobilismo do Rio Grande do Sul, que apresenta números e contextos de destaque. Das seis categorias existentes no Campeonato Gaúcho, a de maior destaque é a Endurance, prestes a romper a barreira dos 50 carros no grid. A demanda justifica, por si, a existência de oito subcategorias, divisão que considera características técnicas e períodos de fabricação dos carros utilizados. O campeonato, que ensaiou o uso do nome Endurance Brasil – vetado por força estatutária da Confederação Brasileira de Automobilismo –, é composto por seis etapas e serve como base absoluta para a Copa Brasil, chancelada pela entidade.</p>

<p><img alt="Vigoroso e atrativo, o Campeonato Gaúcho de Endurance deu base à manutenção da Copa Brasil pela CBA" height="467" src="/wp-content/uploads/uploads/racing_3_-_endurance_gaucho_4_william_inacio1_620x467.jpg" style="margin:0 auto; display:block;" width="620" /></p>

<p>O Gaúcho de Marcas & Pilotos fechou 2015 média superior a 35 carros por etapa. A Copa Classic oscila entre 25 nas etapas em Viamão e 16 quando as corridas acontecem no interior. A média da Copa Fusca belisca os 15, quase alcançando a da Fórmula RS. A Fórmula Júnior é a que tem menor grid, com máximo de dez carros. O Gaúcho é o único campeonato de automobilismo com cinco autódromos à disposição. Além das pistas de Guaporé, Tarumã, Santa Cruz do Sul e Velopark, utiliza também o traçado uruguaio localizado em Rivera, que faz fronteira com o Brasil em Santana do Livramento, a 500 km da capital Porto Alegre.</p>

<p><span style="line-height: 1.6em;">O Campeonato Paulista, em mão inversa, padeceu diante da escassez de datas no eterno canteiro de obras de Interlagos. A Classic Cup seguiu ativa com provas festivas em Goiânia, Curitiba, Mogi Guaçu e Londrina. O Paulista de Marcas, que rompeu há poucos anos a barreira de 70 carros no grid, teve a temporada restrita uma etapa em janeiro e outra em dezembro – uma prova extracampeonato que acompanhou sessões de Track Day na fase intermediária do calendário reuniu minguados 12 carros. Stock Paulista, Spyder Race e Força Livre, condensadas em grid único, não atingiam uma dezena de carros antes de serem descontinuadas.</span></p>

<p>Alguns dos pilotos de São Paulo, a exemplo de seus pares mineiros, incorporaram o grid do Centro-Oeste de Marcas & Pilotos – que, sem atividade na pista de Brasília, teve Goiânia como sede. O grid foi o maior do país em 2015: 55 carros, com três classes de graduação. Mato Grosso do Sul, embora integre o Centro-Oeste, tenta ressuscitar seu próprio Regional, que ficou por dois anos no estaleiro por conta de questões técnicas do autódromo de Campo Grande e da fase transitória na federação local. Os dirigentes locais rascunham um calendário de quatro etapas estimando 15 carros, entre injetados e carburados – eram mais de 40 há poucos anos.</p>

<p><img alt="A Copa Centro-Oeste de Marcas &amp; Pilotos efetivou em Goiânia o maior grid do automobilismo regional em 2015" height="467" src="/wp-content/uploads/uploads/racing_4_-_goiania_-_marcas_rodrigo_ruiz1_620x467.jpg" style="margin:0 auto; display:block;" width="620" /></p>

<p>No Paraná, a existência de três autódromos direcionou a prática automobilística a torneios regionalizados. A federação estadual determinou a unificação dos regulamentos técnicos para 2016 – carros injetados, agora, formam a categoria Marcas, enquanto carburados integram a Turismo. O Metropolitano de Cascavel já havia escalado as duas em grids distintos em 2015, com total de 35 carros. Em Londrina, as etapas reuniram 15 carros de Marcas e outros 10 da Super Speed. Curitiba também levou a efeito as categorias Marcas e Turismo, cada uma com grid médio de 30 carros, e mais a Turismo 5000, com 10 exemplares do modelo Omega.</p>

<p>O Cearense de Marcas teve cinco rodadas duplas de agosto a dezembro, com grid máximo de 16 carros. A temporada durou 100 voltas pela pista de Eusébio. Superturismo, CTM e Spirit, categorias que por questão de sobrevivência chegaram a ensaiar uma fusão, não tiveram movimentação alguma em 2015. A atividade no Nordeste, assim, destacou o Pernambucano de Turismo, recriado há três anos. O sistema de rodadas duplas tem reunido no grid 20 carros das classes A, para carros com injeção eletrônica, e B, para os modelos carburados. Caruaru também acolheu, no meio do calendário, a Copa Nordeste, confrontando pernambucanos e cearenses.</p>

<p><strong style="line-height: 1.6em;">Sobrevida aos monopostos</strong></p>

<p>Ressuscitada pela Vicar e contando hoje com grid médio de 18 carros, a Fórmula 3 é a única categoria de monopostos de nível nacional no automobilismo. As alternativas aos adeptos dos ditos “formulinhas” estão nos campeonatos regionais. O Rio Grande do Sul mantém duas dessas categorias. Uma delas, a Fórmula Júnior, tem seu grid formado por 10 carros cedidos pela Confederação Brasileira de Automobilismo, que têm chassi padronizado e motor GM 1.4 sem preparação, com potência de 110 cavalos, próprios para pilotos recém saídos do kart. Contudo, não houve corridas da F-Jr em 2015. Os monopostos que integraram os eventos gaúchos são os da Fórmula RS, cujos motores AP desenvolvem 150 cv de potência. Há chassis diversos – vários deles são da extinta Fórmula Ford e foram utilizados, até 2012, na Fórmula Rio, que acabou quando o autódromo de Jacarepaguá foi demolido.</p>

<p>A Fórmula Vee, implantada em 2009 no Campeonato Paulista, foi desmembrada em 2013. Da cisão nasceu a Fórmula 1600, caracterizada pela adoção de motores Ford e por mudanças nos chassis e na aerodinâmica. A F-1600, que formatou rodada quádrupla em Interlagos no último fim de semana antes do Natal, alinhou 27 carros. Ao longo do ano, diante da indisponibilidade de pista em Interlagos, formatou-se a Copa Brasil, com etapas em Londrina, Piracicaba e Curitiba. A F-Vee, que mantém os motores Volkswagen a água e ar, tem coordenação de Pedro Gomes e vive situação parecida com a da F-1600. O ex-piloto de Stock Car e F-Truck imagina chegar em breve a 15 carros no grid da Copa ECPA, formada por seis etapas em Piracicaba e Mogi Guaçu. O evento de dezembro em Interlagos reuniu oito participantes. As duas categorias têm potência na faixa dos 130 cavalos.</p>

<p><img alt="A Fórmula 1600 se apresentou no interior paulista ao longo do ano e levou 27 carros a Interlagos em dezembro" height="467" src="/wp-content/uploads/uploads/racing_8_-_f-1600_paulista_2_rodrigo_ruiz_620x467.jpg" style="margin:0 auto; display:block;" width="620" /></p>

<p><em>*colaboraram Cíntia Azevedo, Du Cardim, Niltão Amaral e Robério Lessa</em></p>

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