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Coluna Venício Zambeli: a fusão do piloto com o carro

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  • Publicado: 19/06/2020
  • Atualizado: 19/06/2020 às 15:12
  • Por: Venicio Zambeli

Por meio da telemetria, os dados do carro de corrida e da forma de condução do piloto já podem ser medidos e acompanhadas por computador e analistas em tempo real. Isso ajuda na compreensão e no ajuste necessário da parte técnica, mecânica e eletrônica, em busca da melhor performance na pista. Agora, estes dados técnicos devem fazer uma fusão com o corpo humano. É isto que busca o VISM (Vital Signs Monitor), novo traje biométrico de competição para medição de parâmetros vitais de pilotos.

VISM
Foto: divulgação

A Marelli e OMP Racing anunciam a homologação da FIA para este sistema denominado VISM. Ela é a primeira vestimenta que conta com um sistema integrado para medir os parâmetros vitais de um competidor de automobilismo em tempo real. A camiseta está equipada com sensores têxteis Sensitex e uma unidade de medição que registra e transmite dados do corpo do competidor para monitoramento remoto.

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Assim, o VISM permite analisar a saúde do piloto em tempo real, por meio do processamento do eletrocardiograma e da dilatação torácica, dados adquiridos pelos sensores. O acompanhamento simultâneo dos batimentos cardíacos e do ritmo respiratório oferece a possibilidade de monitorar diretamente o índice de desempenho do piloto e identificar imediatamente quaisquer alterações, estados de estresse e fadiga.

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Isso significa que os dados do carro, da pista, da forma de condução e também da condição do piloto agora poderão ser cruzados e analisados em cada ponto do circuito. Isso permite verificar não só o comportamento do motor em uma curva, mas ao mesmo tempo, como está o funcionamento do coração, condição respiratória e adrenalina do piloto naquele momento.

VISM
Foto: divulgação

É um dado a mais dos mais importantes, pois nele poderá ser interpretado situações de reação do piloto em um momento de ultrapassagem ou como está o corpo do esportista no momento real em situação de acidente, por exemplo.

A camiseta biométrica VISM possui três áreas principais de aplicação: monitoramento de desempenho, coleta de dados para treinamento e segurança do piloto, tudo graças à verificação constante de parâmetros vitais em todas as diferentes situações que caracterizam uma corrida.

VISM
Foto: divulgação

O sistema VISM é resultado de estreita colaboração entre a Marelli e a OMP Racing, duas empresas italianas muito envolvidas com o automobilismo.

A OMP liderou o projeto graças à sua experiência em sistemas de segurança, na produção de roupas à prova de fogo para pilotos (macacão e segunda pele antichamas) e no conhecimento dos padrões de homologação; a Marelli contribuiu com seu conhecimento em eletrônica aplicada ao automobilismo, aquisição de dados e telemetria. O grande desafio tem sido o gerenciamento de dados confidenciais, como os biométricos, que exigem processos seguros e confiáveis ​​para proteger a privacidade. Isso foi possível graças ao profundo conhecimento do ecossistema dos esportes a motor que possuem duas empresas históricas como a Marelli e a OMP Racing.

Paolo Delprato, CEO da OMP Racing, afirma: “São duas excelências italianas trabalhando juntas para projetar o mundo do automobilismo ao futuro: isso nos deixa particularmente orgulhosos do desenvolvimento do VISM. A colaboração com a Marelli tem sido um grande esforço de equipe, daqueles que fazem você abençoar o momento em que você pegou o telefone para propor o projeto. Foi um enriquecimento mútuo e produziu um ótimo resultado, que combina segurança e desempenho “.

Já Riccardo De Filippi, vice-presidente sênior e CEO da Marelli Motorsport comentou: “Compartilhar a paixão pelo automobilismo e inovação. Dois ingredientes fundamentais da colaboração entre Marelli e OMP que levaram à criação do VISM. Ele é uma ferramenta para monitorar os parâmetros vitais dos pilotos profissionais, faz interface direta com os sistemas de telemetria e de aquisição de dados de um veículo de competição e é equipado com um sistema de proteção de dados sensíveis end-to-end, oferecendo total controle ao usuário. Acreditamos que essa experiência é um passo importante no desenvolvimento de sistemas de segurança, além da assistência ativa ao motorista, também para veículos de passageiros”.

Com estas palavras de Riccardo Di Filippi, vemos que o desenvolvimento do VISM poderá ser um componente útil voltado também para os condutores de automóveis de rua no futuro. O monitoramento via telemetria do cansaço e estresse medidos pelos sensores aplicados nas roupas podem ser importantes para salvar vidas no trânsito. Ou melhorar a eficiência de condutores profissionais de empresas de transportes, por exemplo.

Para o automobilismo, a tecnologia do VISM significa que o corpo humano estará ainda mais em sintonia com a máquina, mostrando que a emoção e adrenalina do piloto no cockpit ainda é parte fundamental para fazer a diferença nas corridas de automóveis.

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