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Indústria: tecnologia para corridas

5 Minutos de leitura

  • Publicado: 03/11/2015
  • Atualizado: 27/03/2019 às 9:38
  • Por: Racing

<p><img alt=" " height="467" src="/wp-content/uploads/uploads/foto_bassani_620x467.jpg" style="margin:0 auto; display:block;" width="620" /></p>

<p>A Magneti Marelli sempre foi considerada uma das mais importantes marcas em sistemas de tecnologia a favor do automobilismo. Sempre ligada com as categorias top do esporte a motor mundial, incluindo aí uma participação efetiva na Fórmula 1, categoria na qual tem envolvimento com todas as equipes do grid atual no fornecimento de componentes de última geração, ela também se importa e participa do desenvolvimento do automobilismo regional. No Brasil, por exemplo, a Magneti Marelli fornece a tecnologia para os volantes da Stock Car, componentes para a Fórmula 3 e soluções tecnológicas para diversas categorias regionais. RACING conversou com Bruno Bassani, executivo da Magneti Marelli na América Latina, para conhecer um pouco mais do trabalho realizado pela marca no país e os objetivos futuros que ela pretende atingir.</p>

<p>RACING • Como é o envolvimento da Magneti Marelli com o automobilismo?</p>

<p>BRUNO BASSANI • A Magneti Marelli sempre se envolveu de uma maneira muito forte com o automobilismo. Sempre que a marca entra em um projeto voltado para corridas, nós empenhamos muita vontade e muita determinação para ajudar a desenvolver o esporte para um nível elevado. E isso fazemos sempre com inovação. Inclusive aqui no Brasil. Um exemplo claro disso, pouca gente sabe, é que a Magneti Marelli foi a pioneira em implantar no Brasil, á frente de qualquer lugar no mundo, a injeção single point em competição, na época da Fórmula Uno, em 1993. Todos os lugares do mundo já se corria com injeção direta há muitos anos, mas multipoint. Era um avanço inovador na época.</p>

<p>E, com este exemplo, a Magneti Marelli considera o Brasil um centro de desenvolvimento?</p>

<p>BRUNO BASSANI • Com certeza nós somos um pólo que desenvolve conceitos novos. Como novo câmbio com acionamento via paddle shift da Stock Car implementado dois anos atrás. Todos podem falar: “mas o câmbio paddle shift foi desenvolvido pela Magneti Marelli em 1989 para a Ferrari na Fórmula 1… E agora vocês falam em 2013 que é uma inovação?” Correto. O tipo de câmbio paddle shift não é novo. Mas foi o primeiro desenvolvimento feito pela Magneti Marelli, desde 1989, onde não usamos embreagem. O paddle é utilizado apenas para a troca de marchas, sem acionamento da embreagem no mesmo sistema. A inovação aqui foi que eletronicamente fazemos o acionamento das marchas, mas o acionamento da embreagem ficou a critério do piloto mecanicamente. Hoje, o câmbio utilizado na categoria do Fórmula 4 é um tipo diferente, mas evoluído deste trabalho realizado com os utilizados na Stock Car.</p>

<p>Em quais categorias a Magneti Marelli está envolvida oficialmente no Brasil?</p>

<p>BRUNO BASSANI • Nas categorias de turismo e na Fórmula 3 Brasil hoje em dia a eletrônica é nossa. Na Stock Car temos o câmbio. E temos projetos que estão sendo levados para outras categorias como os regionais. Hoje nossa presença nas competições por todos os estados é forte.</p>

<p>Você acha que o automobilismo nacional tem muita coisa para se desenvolver tecnicamente?</p>

<p>BRUNO BASSANI • Sem a menor dúvida. Estamos muito defasados em termos de tecnologia em relação ao que estão fazendo mundo afora, principalmente na Europa e Estados Unidos. E por que isso? Minha opinião é que não há no Brasil um grande investimento no nosso automobilismo, seja por parte das fabricantes de carros, seja pelos grandes empresários. A começar pelas Federações de automobilismo, que deveriam estar preocupadas com a organização do esporte, não se envolvem com isso, não estão preocupados em fazer automobilismo. Existem marcas investindo pesado e que precisam de um automobilismo melhor estruturado para profissionalizar o esporte.  Mas todos precisam estar envolvidos com o mesmo objetivo. A mudança precisa ser cultural. Até mesmo na Stock Car. Se você pega a categoria hoje, o que ela tem de tecnologia? O câmbio Marelli foi a inovação mais recente…</p>

<p>Mas o que fazer para mudar este cenário e melhorar tecnologicamente nosso automobilismo?</p>

<p>• Nós temos de trazer tecnologias que são viáveis para nossa realidade, seja na Stock Car, seja nas categorias de turismo. Um exemplo de nova tecnologia que nós da Marelli gostaríamos de trazer para o Brasil é o câmbio elétrico. É um conceito mais moderno, mais “limpo”, mais ecológico. Usamo-lo em todas as Fórmula 4 ao redor do mundo, por exemplo, e em várias categorias de turismo, como o Maserati de Gran Turismo. A nossa ideia inicial, quando começamos a conversar com a Stock Car, era de trazer o câmbio elétrico. Após alguns estudos, vimos que o produto ainda precisava de certo desenvolvimento.  E como a Stock Car não permite muitos testes, preferimos na época ficar com o câmbio hidráulico, que já estava em mais de 300 categorias sem dar grandes problemas. Lembro que tivemos dois testes privados e um teste coletivo para desenvolver o novo câmbio da Stock Car. Depois já fomos para a pista em prova oficial, montando 34 carros. Nunca tivemos três dias de pista só calibrando o câmbio. Mas hoje, com o desenvolvimento que alcançamos com o câmbio elétrico, ele seria uma solução. Tanto que nossa intenção é de trazê-lo mesmo para o Brasil, mesmo que seja em outra categoria. O legal de colocá-lo na Stock seria que poderíamos passar os atuais câmbios hidráulicos nos carros do Brasileiro de Turismo. Uma tecnologia mais moderna para aqueles carros de base e que ajudaria a formar os pilotos para a Stock Car. Outro conceito que seria importante trazer em termos de tecnologia nova é a transmissão de dados e de telemetria. Poderia ser via rádio mesmo, mas com mais dados e com mais agilidade, sem precisar conectar cabos no carro para captar informações e só quando ele para no pit lane ou nos boxes. Tem painéis novos com data logger, que mostram mais informações e podem ajudar os pilotos a terem mais recursos para saber o que está acontecendo com várias partes do carro. Existem muitas inovações que poderiam vir para o Brasil. Mas aí você precisa mudar paradigmas, que vão dos preparadores e equipes aos organizadores. Isso tem custo? Sim, tem custo, mas os benefícios para o automobilismo profissional são enormes. E isso tem de ser assimilado por todas as categorias, incluindo as de base. Basta lembrar que foi uma briga para colocar os novos câmbios na Stock Car. Hoje, veja se alguém quer tirá-los…</p>

<p><img alt=" " height="467" src="/wp-content/uploads/uploads/99mal029_620x467.jpg" style="margin:0 auto; display:block;" width="620" /></p>

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